Golden Boys do Bolsonaro - CPMI do INSS chega ao "núcleo bolsonarista" da fraude no INSS; empresário se cala
- 21/10/2025
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS avançou no cerne da investigação das fraudes milionárias que atingiram aposentados e pensionistas, chegando ao “núcleo bolsonarista” responsável por grande parte dos desvios. Na madrugada desta terça-feira (21), o empresário Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), foi ouvido, mas optou por permanecer em silêncio, amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Dias Toffoli.
Macedo Gomes é apontado pelas investigações como o “principal operador financeiro” do esquema de descontos ilegais nos benefícios do INSS, que movimentou mais de R$ 700 milhões entre 2022 e 2024. As fraudes envolvem um grupo de associações fantasmas, que cobraram valores indevidos de milhares de beneficiários sem o devido consentimento.
Durante a CPMI, o relator deputado Alfredo Gaspar (União-AL) lamentou o silêncio do empresário e detalhou a estrutura do esquema:
“Essas quatro associações que retiraram mais de R$ 700 milhões usaram a mesma estrutura criminosa, advogado igual, contador igual, funcionários corruptos iguais. E o sistema brasileiro de integridade na previdência não funcionou.”
Felipe Macedo Gomes, além de ser dono de diversos negócios, foi doador de R$ 60 mil à campanha do ex-ministro da Previdência Onyx Lorenzoni, um dos principais nomes do governo Bolsonaro. A Operação Sem Desconto da Polícia Federal revelou luxuosos bens de empresários envolvidos, incluindo 29 veículos de luxo avaliados em R$ 70 milhões, indicativos claros do enriquecimento ilícito gerado pelas fraudes.
A investigação aponta que entre 2019 e 2022, o governo Bolsonaro teria facilitado a proliferação desses esquemas. Paulo Pimenta (PT-RS), deputado e autor de um dos requerimentos de convocação de Felipe Gomes, afirma que o empresário é parte fundamental do núcleo bolsonarista da fraude.
“Ele é uma pessoa do núcleo central do esquema criminoso que foi montado durante o governo Bolsonaro. Eles tinham tanta certeza da impunidade que faziam depósitos na campanha de Onyx Lorenzoni e outros candidatos do PL".
Segundo Pimenta, as entidades de fachada nunca representaram aposentados e foram usadas para desviar recursos públicos, com descontos não autorizados sobre os benefícios previdenciários, muitos dos quais foram cobrados de forma ilegal.
Rogério Correia (PT-MG), deputado federal, também criticou a postura do empresário e pediu medidas mais rigorosas:
“Felipe Macedo, um dos ‘Golden Boys’ do Bolsonaro, deveria ter a prisão preventiva decretada, e apresentarei um requerimento ao ministro André Mendonça para que a prisão seja efetivada".
O empresário nega todas as acusações, mas a evidência de sua ligação com o número crescente de veículos de luxo e a ostentação de bens são contrárias às declarações que buscam distanciar-se da fraude.
REVISTA FORUM





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